No mundo digital atual, onde a tecnologia é fundamental para quase todas as operações empresariais,…
O que os bancos têm a ensinar sobre infraestrutura de TI?
Vistos como símbolo máximo do mercado financeiro, os bancos são encarados como vilões por muitas pessoas. Entre elas, diversos grupos de hackativistas, como o Anonymous. Isso torna os sistemas dessas instituições alvos extremamente visados e faz com que os bancos precisem investir em uma infraestrutura de TI confiável —mantida por profissionais especializados, certificados e comprometidos com a disponibilidade da operação em tempo integral.
Até mesmo o site do Bradesco ficou por mais de 6 horas fora do ar, por conta de um suposto ataque hacker. Esse caso só faz aumentar o alerta para profissionais de TI do Brasil inteiro: quando se trata de instituições bancárias, todo e qualquer cuidado com a manutenção e supervisão da tecnologia da informação deve ser redobrado.
Os CBS — Core Bank Systems
Os principais sistemas bancários, no inglês Core Bank Systems ou simplesmente CBS, foram criados ainda na década de 70 e permitiram que os bancos coordenassem suas operações de forma centralizada, criando uma plataforma rígida, confiável, projetada para lidar com grandes volumes de transações de forma eficiente e com tempo de inatividade mínimo. Desde então, sustentam de forma crescente todos os grandes processos bancários.
Essa infraestrutura de TI serviu bem aos bancos até a última década, quando o contexto tecnológico mudou radicalmente e as comunicações via web, a computação em rede e o design de sistemas plug-and-play surgiram como as principais plataformas de TI de alto desempenho. Os sistemas centrais, instalados nos anos 70 e 80, estão mal equipados para suportar a gama de funções, modularidade e escalabilidade que as instituições financeiras de hoje precisam.
Nos últimos anos, a atividade de fusão e um ambiente operacional em mudança trouxeram a complexidade ao ponto de ruptura. Para lidar com isso, os bancos aderiram a muitas novas aplicações, para:
- Atender às exigências regulatórias;
- Superar as incompatibilidades do sistema;
- Atender os clientes que adquiriram através de fusões.
Enquanto isso, a Internet tem aumentado as exigências sobre novos canais para oferecer serviços bancários, como telefones celulares. Um banco privado descobriu que seu antigo e incômodo CBS estava prejudicando severamente sua capacidade de controlar os custos. Os work-arounds manuais e um crescente volume de aplicativos personalizados geraram um adicional de 100 milhões de euros em gastos com infraestrutura de TI.
Ao longo da última década, muitas tentativas de substituir os sistemas em larga escala deram errado. Os gestores dos bancos, com diversas outras tarefas pendentes em suas listas de afazeres, muitas vezes delegavam todo o projeto — do planejamento à implementação — a terceirizados inexperientes e se retiravam do processo de governança.
Os fornecedores, no entanto, careciam de contexto cultural e, muitas vezes, criavam arquiteturas que não se mesclavam totalmente com as prioridades do negócio. Presos por questões de custos, qualidade e implementação, menos de 30% da primeira geração de substituições da CBS teve êxito: os sistemas tendem a ser inflexíveis, equipados para lidar com apenas um conjunto estreito de funções e precisam de correções personalizadas onerosas para atualizar aplicativos.
Nos últimos anos, as tecnologias CBS e compreensão delas por parte da gestão amadureceram. Esses desenvolvimentos trouxeram melhorias no planejamento, gerenciamento de projetos e design de plataformas.
Nas primeiras tentativas de transformações dos sistemas principais de bancos, líderes e técnicos muitas vezes aprendiam na prática, o que aumentava as taxas de fracasso. Hoje, os players globais emergiram do que costumava ser um mercado de fornecedores fragmentado e já experimentam melhores capacidades de TI e habilidades superiores na coordenação de projetos grandes e complexos.
Fica para todos os profissionais do setor de tecnologia da informação o aprendizado de que uma má governança de um projeto que envolva infraestrutura de TI pode trazer mais problemas do que soluções. Por isso, tenha muita atenção na escolha dos fornecedores e conheça as vantagens e desvantagens na terceirização de serviços de TI.
Os maiores data centers do Brasil
Com a crescente necessidade de investimento em infraestrutura de TI, não é coincidência o fato de que dois dos maiores data centers privados presentes no Brasil pertençam a dois grandes bancos: o Itaú e o espanhol Santander.
O Itaú mantém dois servidores de grande porte na cidade de Mogi Mirim e possui, no mesmo terreno, espaço para construir mais quatro. Já o Santander possui um data center de 800.000 metros quadrados, com espaço para 1500 racks na cidade de Campinas.
Apesar de ser um grande mercado digital com bastante usuários ativos, o Brasil ainda engatinha, quando o assunto é investimento em data centers. A causa apontada por muitos é a alta carga tributária e a extensa burocracia.
Segundo um estudo da consultoria Cushman & Wakefield, hoje existe menos área construída de data centers em todo o nosso território nacional do que na cidade de Miami nos Estados Unidos.
É preciso que as empresas que desejam se destacar no competitivo mercado de tecnologia da informação sigam o exemplo dos bancos e passem a investir na construção de data centers robustos, atualizados e geograficamente próximos dos seus clientes. Ou você acha que o fato dos data centers de dois bancos serem construídos a uma curta distância da cidade de São Paulo, centro financeiro do Brasil, foi uma mera coincidência?
Para empresas que não desejam investir em estruturas físicas devido ao alto custo envolvido, existe a opção de migrar a operação de processamento e armazenamento de dados para a nuvem. A solução oferece agilidade no resgate de informações, disponibilidade dos dados da empresa a qualquer hora e em qualquer lugar, além de um seguro controle de níveis de acesso. Isso proporciona mais segurança para os dados da sua empresa e economia de recursos, na manutenção dos equipamentos que compõem uma infraestrutura física de armazenamento em data center.
Agora que você já aprendeu um pouquinho do que os bancos têm a nos ensinar sobre infraestrutura de TI, está na hora de pensar na sua empresa. Aprofunde seus conhecimentos em armazenamento de dados em nuvem: baixe agora o e-book Os 5 Cs do Cloud Computing.