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AMTI - Inteligência em TI

Meus filhos usam – e continuarão usando – tablet!

O futuro está mudando, estamos nos adaptando?

Lembro-me muito bem do ano de 1990. Lembro-me do Brasil perdendo para a Argentina na Copa do Mundo, lembro da expressão bem usada “Pedra 90” e confesso um medo e apreensão quando entrava o Plantão de Notícias da Rede Globo para falar da Guerra do Golfo, aquela vinheta com um tambor de óleo com uma faca enfiada era bem sinistra.

Mais que isso, nesse ano algo que me fascinou – e, de fato, mudou minha vida. Meu primeiro (e último) vídeo-game! Um Master System de primeira geração. Lindo, lembro-me do cheiro! Meu pai havia trazido de presente da capital. Novo, completo, vários jogos e acessórios. Hang On e Safari Hunt na memória.

Como eu adorava o horário político! – podia jogar por alguns minutos durante a noite – e lembro que no restante do tempo era meio a vontade – e só tinha graça jogar juntando os amigos. As críticas eram grandes: “não deixa jogar muito que o olho entorta” – até hoje, já adiantado nos 30 e tantos anos, não preciso de óculos (e mais de um oftalmologista já confirmou isso), “se ele ficar jogando à noite vai ter pesadelo” (como se o homem do saco assustasse menos que os vilões do Alex Kidd), “meu sobrinho perdeu interesse nos estudos depois que ganhou video-game”, gente, que criança nessa fase da vida tem interesse em estudar?

Num lapso temporal, vamos até 1995. O Brasil já era tetra há um tempinho e um dia, em uma aula de Geografia próxima dos estudos dos mapas fluviais da África (isso é sério, conhecimento é para a vida) a professora levou toda a turma para assistir uma vídeo-aula sobre o Tigre e Eufrates! Pensem que não existia celulares onde eu morava, os telefones eram facilmente decorados pois só tinham 4 dígitos (os 3 primeiros eram sempre os mesmos), não existia Internet no Brasil e tínhamos sorte quando a Globo pegava a cores em casa. A professora nos levou para a sala de vídeo onde tinha uma TV com videocassete integrados da Hitachi de 20 polegadas (lembram da propaganda do japonês gordo? Essa mesmo!) e, felizmente, a fita da hidrografia estava com problema!! Para aproveitar a euforia de 25 pré-adolescentes, ela passou uma fita de Ciências que falava sobre o futuro e sobre como a tecnologia afetaria nossas vidas.

Naquele dia meu futuro se projetou, naquele dia decidi com o que queria me ocupar para o resto da vida. Uma moça no vídeo falava que no futuro os trabalhos de escola seriam entregues digitalmente (lá, usávamos folhas de papel almaço e letra cursada) e haveria uma rede que ligaria todos os computadores do mundo e o conhecimento seria dividido por todos, compartilhado e de livre acesso. Vejam, quando tinha trabalho na escola meu pai deixava eu levar na mochila um ou dois volumes da Barsa que tínhamos em casa – aquilo sim era crueldade e hoje deve ser considerado maus tratos.

Lembro que durante quase uma década ouvíamos sobre Internet na TV e sempre  havia o explicativo “a rede mundial de computadores”. Diziam sobre como todos tinham que estar preparados para a “era digital” como se  fosse uma hecatombe zumbi. Eu só conseguia pensar que o digital era o relogio da Casio (os mesmos dos carros da Toyota de hoje) , enquanto os outros eram analógicos. Gostava não só de video-games, gostava também de computadores – e isso ficou.

Passados alguns anos, lembro da primeira vez que tive contato com um tal de “iPad”. Era setembro de 2010 e durante poucos minutos pude “contemplar” aquela tela fina, chique, aquele formato de um “quase computador, mas sem teclado, só o monitor, e monitor fininho com tela sensível ao toque”. Que coisa. Isso prometeu matar os computadores um dia. 2010 também foi um ano simbólico. Foi o ano onde, alguns meses depois desta passagem, em minha lua-de-mel, presenteei minha esposa com um Ipad, comprado em uma loja da Apple em San Francisco e houve um fato curioso. Nessa loja, enquanto estávamos dentro dela, fazia-se uma filmagem para uma matéria especial com uma senhora de 78 anos que havia ganhado o título de “a usuária de iPad mais velha do mundo”. Era disruptivo e oficial, o mundo estava dividido entre usuários de tecnologia e os “antigos”. Nessa mesma viagem resolvi também fazer um upgrade em nossos BlackBerries – havia presenteado minha noiva alguns meses antes com um aparelho; quando disse para ela que trocaria o celular dela por um BlackBerry argumentei: “Ele tem um programa tipo um MSN Messenger e a gente vai poder trocar mensagens o dia todo”.

Hoje estamos em 2016, passaram pouco mais de 5 anos e não mais existem celulares BlackBerry no mercado e o MSN soa como algo longínquo, antigo e ultrapassado (talvez na mesma categoria do Orkut, Fotolog, ICQ, IRC e BBS’s em geral). Ninguém pode negar como as coisas estão acontecendo rápido. Como profissional de tecnologia tenho como trabalho tentar entender como essas coisas impactarão nossas vidas e na maneira como nós fazemos tudo. Hoje existe a tirania da Linha do Tempo do Facebook e outras mídias sociais e há uma disposição geral em responder antes o Messenger e WhatsApp do que verificar o histórico de ligações ou recados na caixa postal do telefone. A explosão de dados é assustadora – para terem idéia, estamos crescendo geometricamente na razão de que nos últimos 2 anos sempre criamos mais dados que em toda a história da humanidade, a previsão é irmos dessa maneira nos próximos 10 anos.

Em 2030, 65% das profissões que existirão no mundo não existem hoje. Façam a conta comigo, não me recordo de ver na última década um lugar especializado em consertos de BIPs ou aparelhos de fax. Como será uma oficina mecânica de carro elétrico? Qual sindicato um “arquiteto de realidade virtual” será filiado? Na medicina, procedimentos como cirurgias minimamente invasivas já são plenamente capazes de substituir com mais efetividade procedimentos onde algumas vezes a cirurgia é tão complicada quanto o que a ocasiona. Minha sogra comprou há duas semanas um dispositivo “wearable” que atua contra a dor crônica – detalhe, ligado em uma parte específica do corpo que nada tem a ver com a dor. Tem um aplicativo para o celular onde você controla o “nível da anestesia” que quer.

Por que queremos privar nossos filhos disso? Como pai de uma menina de 3 anos sempre ouço “fulano falou que não é bom dar tablet ou celular para as crianças”. Nós podemos chegar em qualquer lugar e nos conectarmos na rede sem fio para “ficarmos ligados no que acontece à nossa volta”, para vermos se alguém chamou urgentemente no WhatsApp ou se marcou em alguma foto mas queremos que nossos filhos fiquem nos mesmos 10 episódios da Galinha Pintadinha eternamente?

Quero – não só quero mas faço questão – que meus filhos tenham estímulos saudáveis. Minha filha não vai para a escola e está sendo alfabetizada em casa. Outro dia a vi contando de 1 a 10 em inglês e perguntei à minha esposa quando havia ensinado. Para minha surpresa, não ensinou. Ela aprendeu sozinha assistindo um desenho pedagógico que tem no Netflix. No tablet dela existem dezenas de aplicativos (e filminhos) educacionais que desafiam seu desenvolvimento criativo e motor que, sem sombra de dúvidas, colaboram com a constituição de seu ser. Antes que algum “pai xiita old-school”, pediatra ou psicólogo ou psico-pedagogo tenha princípios de crise do pânico com o que escrevo e queira discutir, não me baseio cientificamente em nada – minha opinião é como profissional de tecnologia e esse blog não é sobre criação e educação de crianças. Usamos o tablet como complemento e sempre deixamo-la utilizá-lo em períodos limitados e supervisionados. Não usamos um aplicativo “super nanny” e deixamo-la sem trocar as fraldas sozinha com o tablet como companhia.

Apenas questiono, já que ninguém discute os incrementos tecnológicos na medicina (não se nega um novo medicamento), na indústria automobilística (alguém faz questão de desligar airbag por que acha que mata?), na fotografia (as câmeras digitais foram consideradas heresia por um bom tempo), na matemática (afinal, depois que calculadora se tornou hábito – lê-se, depois da escola e faculdade – todo mundo ficou pior para fazer contas de cabeça, mas ficamos mais burros ou usamos a lei do menor esforço? Seria isso evolução? Vai surgir alguma linha conservacionista buscando criminalizar o uso de Excel porque ele nos priva do exercício delicioso de passar horas e horas realizando cálculos que ele consegue realizar com menos chances de erro e em microsegundos? Lembro da mãe de um amigo que não permitia na casa dela forno de microondas – dava câncer. Isso foi no meio da década de 90 e ela fumava… vai entender.

Enfim, o futuro é desafiador e as ondas das mudanças já irrompem contra os paredões do clássico. Se quero meus filhos na vida bucólica e parnasiana? Não. Acho que isso está muito démodê. Quero-os temporais, como o mundo, sendo capazes de acompanhar as mudanças à sua volta e reagindo a todos estímulos positivos aos quais tem possibilidade de serem apresentados. Sócrates disse no século V antes de Cristo: “A nossa juventude adora o luxo, é mal-educada, despreza a autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Os nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem aos pais, são simplesmente maus”.

Que o mundo evolua e que sejamos pivôs do novo. Negar as novas tecnologias é negar o óbvio e a evolução. Convenhamos, ninguém merece ficar condenado nos mesmos episódios da Galinha Pintadinha para a eternidade. Levar volumes da Barsa na mochila não parece tão ruim.

A AMTI adquiriu recentemente um sistema completo de imersão em realidade virtual para possibilitar que nossos clientes tenham o primeiro contato com essa tecnologia. Em 2025 estima-se que dois terços da força de trabalho mundial trabalhará em escritórios virtuais (seja home-office ou co-working). Os sistemas de VR (sigla para realidade virtual, em inglês) revolucionarão a maneira como nos relacionamos com outras pessoas e ambientes. Tenho lido bastante sobre como isso é capaz de enganar nossos cérebros e, em fato, tornar a distância irrelevante – para não falar da capacidade de nos levar à outros mundos. Pensem em uma reunião de negócios onde você pode ser inteiramente projetado no mundo virtual – não só voz e vídeo, mas um mapeamento completo de seus movimentos, posturas. Falta só o cheiro. Pensem nessa tecnologia aplicada em treinamentos, com todos os movimentos do corpo mapeados, com aplicações específicas e exclusivas para cada um. Esse é o futuro.

Falando em negócios, a computação da nuvem (ou cloud computing) já está revolucionando a maneira como se faz computação e informática. Nossos clientes ficam focados em seus negócios enquanto adquirem recursos computacionais como serviço – pagando apenas pelo que precisam e consomem, sem realizar investimentos que na grande maioria das vezes se mostra mais de 70% ocioso.

A AMTI vive tecnologia! Vivemos integralmente nesse limiar entre o atual e o novo e nossa missão é provermos a melhor experiência para nossos clientes e parceiros nessa nova era. O que deve ser feito para agregar valor em sua empresa e dar-lhe diferenciais competitivos? Venha nos visitar, será um prazer mostrar a quantas anda esse mundo de tecnologia da informação. Asseguramos, no mínimo, surpreendê-los.

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