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AMTI - Inteligência em TI

Como escolher um bom provedor de nuvem.

A decisão por migrar ou passar a utilizar sua infraestrutura, aplicativos de negócios ou apenas fazer backups e otimizar os processos de TI em sua empresa com o uso da computação em nuvem (cloud computing) é somente o primeiro passo para iniciar um processo seguro e adequado às necessidades e objetivos de negócios de sua empresa.

Neste processo, o gerente de TI e sua equipe desempenham um papel chave no mapeamento das necessidades da empresa, escolha de um bom provedor de serviço gerenciado em nuvem que se mostre como um parceiro de negócios e não apenas como um prestador de serviços, definição do tipo de nuvem a ser utilizado e, principalmente, se os ganhos com escalabilidade, redução de custos e melhorias na área de TI da empresa serão de fato alcançados.

Um exemplo desse papel chave é que um recente estudo do IDG Connect, realizado com mais de 450 executivos de empresas revelou que as maiores barreiras para adotar a computação em nuvem eram: 1 – A gestão de várias arquiteturas, desafio citado por 60% dos executivos; 2 – a largura de banda da rede, indicada por 57% das empresas e 3 – a relação com o fornecedor de TI, mencionada por 52%.

Ao mesmo tempo, os mesmos gestores destacaram que a adoção de cloud computing permite às empresas inovar de maneira mais rápida (92%); melhora a retenção de clientes (72%) e ajuda a conquistar novos clientes (76%). Em outras palavras, os executivos reconhecem o papel estratégico que a migração para nuvem tem para suas empresas, ao mesmo tempo em que percebem que sem uma boa equipe de TI e um bom provedor de serviços em nuvem essas vantagens podem se perder!

Para te ajudar a mapear quais os principais processos, avaliar qual o melhor provedor, se beneficiar das principais vantagens que a computação em nuvem traz para as empresas e ainda assumir um papel estratégico neste processo é que preparamos este post!

1. Antes de tudo, analise os processos e a situação da empresa

Existem três grandes critérios que devem ser analisados antes de escolher um bom provedor de serviço gerenciado em nuvem. Vamos destacar cada um deles:

1.1 Qual o objetivo da empresa para a migração para a nuvem?

Fazer um comparativo entre o que a sua empresa realmente precisa e aquilo que ela de fato pode obter com a adoção de soluções em nuvem ou com o uso de uma infraestrutura interna é o primeiro passo.

Por exemplo, apesar de a redução de custos ser a principal vantagem da computação em nuvem sobre o gerenciamento de hardware e software “in house”, sendo apontada como responsável por reduções entre 25% e 50% dos custos com TI, quando os processos de migração e principalmente de gerenciamento do consumo dos serviços em nuvem são mal estruturados, as empresas começam a perceber um aumento em seus custos. Isso fica claro se considerarmos que, segundo o relatório de 2016 da RightScale, 26% de 1.060 profissionais de TI entrevistados afirmaram que a gestão de custos é um desafio significativo para suas empresas, sendo que há três anos apenas 8% dos profissionais indicavam esta questão como um desafio. Ou seja, o objetivo inicial pode se perder ao longo do tempo se você não possuir um bom provedor ou parceiro de nuvem.

Além disso, o uso da computação em nuvem pode variar, conforme o objetivo de negócios, servindo como apoio para processos críticos, como no caso de usá-la apenas para backup das soluções locais; para melhorar a performance de aplicativos de negócios, como o e-mail ou até para gerar mais proteção e segurança aos dados de sua empresa (já vamos explicar como esse item de segurança deixou de ser uma preocupação para se tornar uma vantagem.

Logo, antes mesmo de pensar em qual provedor contratar é necessário analisar o que se espera com a contratação: melhor performance, redução de investimentos em compra de hardware e software (o famoso CAPEX sobre o qual falaremos em seguida), redução de custos com manutenção (OPEX), escalabilidade baseada na necessidade de diferentes demandas ao longo de determinado período, dentre outros objetivos de negócios.

1.2 Qual o nível de maturidade em TI da empresa?

Em boa parte das empresas o papel do gerente de TI começa a ser valorizado como decisivo e estratégico para o sucesso do negócio como um todo (você lembra da estatística do IDG Connect que apresentamos na introdução?). Contudo, a rotina das equipes de TI continua sendo consumida por pequenos incidentes e dificuldades dos usuários finais com  o uso de aplicativos.

Por isso, ao migrar para a computação em nuvem deve-se considerar o nível de maturidade de TI que sua empresa tem em geral — e não só na área de TI — e como ela pode ser ampliada com essa decisão, dado que o tempo da equipe ficará mais disponível para se preocupar com aspectos estratégicos.

Contudo, vale um alerta: a facilidade de gerenciamento da nuvem é um dos benefícios muito propagados pelos grandes provedores, mas bem pouco entregues ao cliente. Por isso, além de verificar quais são os canais de suporte e os serviços que realmente estão inclusos em seu contrato com o fornecedor, é necessário validar se os tempos de atendimento e as formas disponibilizadas de fato funcionam, fazendo com que o fornecedor se torne de fato um parceiro e não apenas um prestador de serviços que pode causar mais problemas para a sua rotina.

1.3 Qual a situação financeira da empresa?

O uso e o investimento em tecnologia esbarram em questões financeiras e precisam ser justificados. Por isso, é fundamental que o gestor de TI conheça termos como CAPEX e OPEX no momento de falar sobre como a migração e escolha da computação em nuvem beneficiará a situação financeira da empresa.

Realizar investimentos na modernização e novas aquisições de hardware e software pode exigir pagamentos mais pontuais e uma disponibilidade de caixa maior para sua empresa. Neste caso, o investimento pode ser considerado com em bens de capital (Capital Expenditure – CAPEX) que apesar de somarem ao patrimônio da empresa, possuem uma alta curva de depreciação e requerem novos investimentos em manutenção. É importante lembrar que os investimentos em CAPEX geram benefícios fiscais como o abatimento do Imposto de Renda (IR) e a Contribuição Sobre Lucro Líquido (CSLL) e isso deve ser levado em consideração na hora do cálculo de viabilidade do investimento!

Já os mesmos investimentos se forem realizados em infraestrutura, aplicativos ou serviços em nuvem, passam a ser mais diluídos e a fazerem parte do Opex ou “Operational Expenditure”, despesas operacionais necessárias para o bom funcionamento da empresa. Apesar de não agregar ao patrimônio da empresa, esta modalidade permite que ela cresça sem se preocupar com a necessidade de previsão de aportes maiores e pontuais para a área de TI.

Para descobrir qual o tipo de investimento mais adequado para a sua empresa, some todos os gastos estimados com a compra, manutenção e funcionamento da infraestrutura, aplicativos ou serviços ao longo de determinado tempo (aqui devem ser elencados os custos com equipe de manutenção, energia e espaço físico utilizados, além dos gastos com a atualização). Em seguida, compare qual é o valor indicado pelo provedor de serviço gerenciado em nuvem ao longo do mesmo período.

Com esta simples análise, ficará bem simples de justificar o investimento em uma ou outra opção.

2. Verifique quais serviços o provedor oferece

Uma vez que você já definiu qual o objetivo de negócio que sua empresa espera alcançar com a migração para a nuvem, é hora de conhecer quais tipos de serviço seu provedor de sérvio gerenciado em nuvem oferece.

Os principais modelos de contratação de computação em nuvem são:

2.1 Infraestrutura como serviço (IaaS)

Neste modelo, em vez de comprar novos servidores, roteadores, racks e outros “hardwares” necessários para rodar seus aplicativos de negócios, você contrata servidores e máquinas virtuais que podem ser acessados de qualquer lugar. A vantagem é poder “ligar” e “desligar” seu computador sempre que necessário, pagando apenas pelo uso.

Por exemplo, se o time de Recursos Humanos de sua empresa precisa de uma máquina com determinados programas instalados, apenas para fazer treinamentos esporádicos, então você pode configurar uma máquina virtual, deixá-la inativa e ativá-la apenas quando for necessário. Neste caso, você terá eliminado a necessidade de compra de um novo computador que ficará a maior parte do tempo ocioso, por exemplo. Outra possibilidade, seria aumentar a capacidade de processamento de seu sistema de gestão empresarial hospedado em nuvem sem precisar investir em servidores físicos mais potentes.

2.2 Software como um serviço (SaaS)

O modelo mais conhecido do mercado brasileiro é o SaaS. Nele os fornecedores de aplicativos online para negócios se responsabilizam pela oferta, manutenção e performance do produto que ofertam e os contratantes apenas utilizam, sem maiores preocupações, aos aplicativos que contratam.

Este é o modelo de comercialização de produtos realizado por empresas como a SalesForce para seus aplicativos de CRM ou da Microsoft, para seu ERP, e-mail corporativo e software de intranet.

2.3 Plataforma como um serviço (PaaS)

Ter os softwares instalados no ambiente em nuvem, sem precisar fazer aquisições adicionais ou se preocupar com patching, manutenção de licenças, capacidade operacional para que ele tenha o máximo desempenho ou qualquer tipo de trabalho necessário para a boa execução da aplicação. Este é o modelo PaaS, que combina a infraestrutura como serviço, com o software como serviço.

Segundo um levantamento da Intel atualmente as empresas utilizam os diversos modelos de nuvem da seguinte maneira: 81% investem em computação em nuvem com recursos de infraestrutura como serviço, 79% utilizam a nuvem como segurança como serviço, como no caso de empresas que Firewall as a Service e aumentam a segurança de seu domínio e aplicações de negócios com este serviço, 69% utilizam a nuvem como plataforma como serviços e apenas 60% utilizam software como serviço.

Identificar qual a necessidade de negócios e checar a qualidade e quantidade de opções que cada um dos tipos de computação em nuvem que o provedor de serviço gerenciado em nuvem pode oferecer é a melhor maneira de não errar na hora de contratar este tipo de serviço!

3. É uma empresa de confiança?

Após validar quais os serviços oferecidos pelo provedor e se eles se adequam à necessidade de sua empresa, é hora de checar se eles seguem as melhores práticas do mercado, se a empresa é bem administrada, se oferecem bons níveis de segurança, disponibilidade e suporte.

Avaliar questões administrativas como a saúde financeira do provedor é importante para validar se a empresa poderá prestar seus serviços, sem sobressaltos durante um longo tempo. Caso contrário, investir em uma empresa sem tradição no segmento de TI ou que não tenha uma boa administração pode fazer com que você precise migrar seus dados ou até mesmo corra o risco de perdê-los caso ela precise ser descontinuada.

Outra questão administrativa que deve ser avaliada é o planejamento e gerenciamento de risco que o provedor tem. Isso pode ser constatado pedindo que ele apresente o contrato de prestação de serviços como diretriz para o trabalho de suas equipes internas.

A experiência da empresa tanto em negócios como em nível técnico é outro quesito a ser verificado. Nas reuniões para contratação do serviço, procure verificar se o provedor entendeu quais são suas necessidades, se ele consegue apontar qual a melhor opção para atendê-la e, principalmente, se não está tentando forçar que você contrate serviços que não irá utilizar.

Além disso, é importante avaliar se os itens apresentados pela empresa constam claramente em seu contrato de prestação de serviços, além de solicitar referências de clientes que já utilizam o serviço e questionar qual é a taxa de churn (descontinuidade de contratos) e os principais motivos para que ela esteja com esse valor.

4. Qual tipo de nuvem é melhor para sua empresa?

Agora que você já conhece o que deve ser avaliado internamente em sua empresa e como analisar os parceiros que selecionará para ser seu provedor de serviço gerenciado em nuvem, é hora de discutir com ele quais são os tipos de nuvem mais adequadas para o seu negócio:

4.1 Nuvem privada

A nuvem privada também é conhecida como corporate cloud, sua principal característica é oferecer um ambiente de TI completamente controlado e regrado por seu proprietário e dividido apenas entre os colaboradores de sua empresa.

Neste tipo de nuvem, um provedor terceirizado pode ser contratado para gerenciar o ambiente, mas por estar no domínio da empresa e fazer parte de seu firewall, ela definirá as regras de segurança a serem adotadas, por exemplo.

Sua desvantagem é não ter um custo-benefício tão atrativo quanto a nuvem pública.  Já sua vantagem é eliminar o receio de ver o gerenciamento de sua infraestrutura ou de aplicações críticas para o negócio sendo submetidas a regras, regulamentos e níveis de segurança definidos por terceiros.

4.2 Nuvem pública

Modelo mais convencional ofertado pelo mercado, a nuvem pública é caracterizada pelo compartilhamento de recursos de TI (hardware e software), além da divisão dos custos com sua manutenção e funcionamento serem divididos entre os assinantes do serviço. Por isso, também é considerado o tipo mais barato de nuvem disponível. Outra característica é a possibilidade de assinar ou cancelar a assinatura a qualquer momento, sem muita burocracia.

Se você utiliza um e-mail corporativo que não tem seu servidor hospedado no domínio da empresa, como o que ocorre quando se contrata o Outlook/Hotmail ou o Gmail, então você já usa um tipo de serviço em nuvem pública.

Suas vantagens são: o preço pago pela terceirização do serviço e a escalabilidade, ou seja, poder ampliar ou reduzir o consumo de serviços sempre que precisar, sem ter que investir em mais hardware, software ou equipe de manutenção interna.

4.3 Nuvem híbrida

É a modalidade que combina o uso de aplicativos e infraestrutura internos à empresa, com aqueles disponíveis na nuvem pública. Sua vantagem é aproveitar a redução de custos da nuvem pública e ainda manter o controle sobre alguns aplicativos ou hardwares mais críticos para a empresa em seu domínio.

Sua desvantagem é que o projeto de integração e arquitetura da solução precisa ser bem estruturado para evitar possíveis problemas.

5. Segurança em nuvem: o que você precisa analisar

Um dos maiores mitos da computação em nuvem é que ela não é segura para os dados da empresa. Segundo o Gartner, 95% dos incidentes de segurança envolvendo a nuvem serão causados por erros dos usuários e administradores em 2016. Isso quer dizer que se você possui um bom provedor de serviço gerenciado em nuvem os riscos são praticamente nulos do ponto de vista tecnológico.

Um outro estudo da Intel Security aponta que 77% das organizações afirmam estarem mais confiantes com a computação em nuvem a cada ano e 13% dos entrevistados dizem ter confiança pleno nos provedores em nuvem.

Contudo, existem três aspectos que precisam ser levados em conta:

Segurança física de seu ambiente de TI

Nem sempre os investimentos em nobreaks, geradores de energia, climatização e segurança da sala do servidor são suficientes para garantir a segurança de seus equipamentos. Acidentes ou até a quebra de um simples ar-condicionado podem comprometer o funcionamento e os dados de sua empresa. Algo que alguns Data Centers estão altamente preparados para acionar procedimentos de segurança em casos de diagnóstico de acidentes.

Backup

O que ocorre quando seu servidor de backup falha? Você perde os dados ou não pode executar a rotina programada certo? Em caso de utilizar um serviço em nuvem, os procedimentos de redundância dos arquivos são iniciados ao menor sinal de falha do Data Center que é constantemente monitorado. Na prática, isso significa que seus colaboradores terão seus arquivos e programas sempre disponíveis dada as políticas de réplica que a infraestrutura na nuvem possui.

Por exemplo, ao utilizar um servidor físico, não há garantias de que ele todos os dados serão preservados em casos de falhas. Além disso, em momentos de atualização e manutenção, as pessoas não poderão acessar os programas hospedados no servidor, o que pode acarretar em tempos de inatividade e horas improdutivas para a sua equipe ou, em caso de problemas com o servidor, perdas de arquivos e documentos. Já    bons provedores de soluções em nuvem garantem percentuais de disponibilidade, praticamente eliminando esses problemas e investem em réplica dos arquivos, ou seja, evitam que qualquer dado de sua empresa se perca.

Segurança de acesso aos dados

Regras de acesso podem ser rapidamente configuradas para evitar que as pessoas inadequadas de sua empresa, acessem dados ou executem tarefas e processos não relacionados a seu perfil em um servidor em nuvem. Além disso, bons provedores de serviços gerenciados em nuvem têm rotinas de simulação de ataques cibernéticos a seus Data Centers para evitar falhas em sua segurança. Se sua empresa não realiza este tipo de teste, nem mantem seu servidor interno 100% atualizado, então certamente o uso da nuvem pública será mais seguro para os seus dados.

6. O preço cobrado é justo?

A última análise que você pode fazer é sobre o valor cobrado sobre os serviços contratados. Alguns grandes provedores internacionais possuem formas de cálculo do valor a ser cobrado do cliente pouco claros. Além de cobrarem em dólar o valor do consumo o que em momentos de oscilação cambial pode gerar insegurança para os custos operacionais da empresa e “esconder” custos com IOF, que incide sobre transações em dólar realizadas no cartão de crédito.

Por outro lado, alguns provedores nacionais possuem pacotes de serviços que estabelecem limites de consumo, caso o limite seja atingido, o cliente precisará fazer o upgrade de seu plano e começar a pagar uma mensalidade superior àquela que realmente consome. O que acaba rompendo com o conceito de pagar apenas pelo consumo ou escalabilidade de uso.

Por isso, avalie quais são os serviços contemplados, os níveis de suporte oferecido e o método de pagamento pelo qual sua empresa será cobrada, desta forma você conseguirá encontrar um bom provedor de serviços gerenciados em nuvem, sem ter surpresas negativas com ralação aos custos!

Conclusão

Contratar um serviço em nuvem é muito mais simples do que investir em uma infraestrutura ou na aquisição de softwares para serem utilizados localmente, dada a facilidade em justificar os investimentos como custos operacionais necessários para a expansão e desenvolvimento da empresa.

Apesar disso, a escolha por bons parceiros de nuvem é essencial para garantir que os objetivos de negócios, sejam de fato alcançados com o menor risco possível, seja com relação ao custo-benefício, disponibilidade do serviço ou até atendimento da equipe de suporte.

Na hora de fazer a contratação vale seguir as dicas que citamos ao longo deste post e, principalmente, checar as referências do parceiro selecionado e verificar sua qualidade de atendimento e capacidade de compreensão dos processos e necessidades de sua empresa.

E então, você já utiliza a computação em nuvem em sua empresa? O que falta para começar a adotá-la? Se já possui, qual é o nível de satisfação com seu provedor de serviços gerenciados em nuvem atual? Conte um pouco de sua experiência deixando um comentário em nosso post! Até a próxima!

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